sexta-feira, setembro 02, 2011

EAD: minhas experiências, reflexões e impressões sobre o tema

O Ensino à Distância (EAD) é uma modalidade de ensino-aprendizagem que evoluiu ao longo da história desde o século XIX, de forma a adequar-se de conformidade com a situação pedagógica, cultural e tecnológica dos meios existentes. Assim, vale salientar que desde as suas primeiras dinâmicas, oportunizadas pelos sistemas de postagens (correios), até os dias atuais, vinculando as mais recentes ferramentas síncronas e assíncronas dos recursos da web 2.0, propagação do conhecimento encontrou mecanismos eficientes para sobrepor distâncias e quebrar paradigmas da obrigatoriedade presencial.

Em meu ponto de vista, um dos pressupostos fundamentais para a configuração dos sistemas EAD baseia-se no aspecto da "acessibilidade". Não há como transmitir o conhecimento sem que existam os fatores de comunicação disponíveis seja por um instrumento (computador, internet, etc.), seja pelos sentidos (visão, audição e tato, principalmente). Afinal de contas, devemos compreender que a acessibilidade não importa apenas aos seus sistemas tecnológicos, mas também às condições fisiológicas e motoras repercutidas principalmente nos portadores de deficiência (momentânea ou permanente), em função de restrição da visão, audição, locomoção, sindrômicas entre tantas outras. Nesta razão, o EAD deve suportar metodologias de inclusão para que se possa atingir a toda a demanda existente para absorção do conhecimento.

Entende-se por isto o fato de que todos os recursos que gravitam o aprendizado a ser transmitido deverão corresponder aos princípios conceituados pelo elemento "design universal". Tal contexto baseia-se na definição da ONU como a “concepção de espaços, artefatos e produtos que visam atender simultaneamente pessoas com diferentes características [...] constituindo-se nos elementos ou soluções que compõem a acessibilidade”. Em virtude disto, denotamos o fato de que a acessibilidade está diretamente equacionada para a inclusão. O ensino à distância, além de proporcionar conteúdo pedagógico adequado, deverá estruturar-se de acordo com as condições técnicas, instrumentais e tecnológicas na mesma razão que as possibilidades e condições para o seu uso de acordo com as características, tanto por virtudes quanto por limitações, de seus usuários.

Obviamente, esta é uma realidade a ser compreendida e evolutivamente adaptada às diferentes realidades para que a eficácia do ensino à distância possa contemplar uma maior abrangência para o público consumidor do ensino. Mas o meu interesse, neste artigo, é reportar os aspectos positivos da acessibilidade e interatividade aqueles que já se utilizam dos recursos tecnológicos como método de ensino-aprendizagem.

A web 2.0, em suas diferentes plataformas, denominadas como "redes sociais", cumpre um papel importantíssimo para o desenvolvimento do aprendizado nos sistemas EAD. Estas redes sociais permitem a interação com os usuários de modo assíncrono (sem a conectividade em tempo real) e multiplicador, possibilitando troca de experiências e informações sobre os temas por estes abrangidos.

Durante minha caminhada na disciplina "A educação: A Distância no Brasil e no Mundo", tive que interagir com diferentes "blogs" que tratassem do tema "EAD". Como até então minha experiência com as redes sociais não eram consideradas relevantes, tive certas dificuldades no sentido de encontrar "blogs" que se caracterizassem de acordo com a exigência do "Desafio de Aprendizagem" programado na disciplina. Após alguns dias de pesquisa, considerei dois importantes sitios da web com alto grau de acessos e postagens a respeito do tema sugerido, no qual interagi com comentários.

No blog "www.educacaoadistancia.blog.br", referente ao artigo "Deputada quer debater Educação a Distância", remeti um comentário  a respeito da alfabetização tecnológica e níveis de acessibilidade pelos alunos para o sucesso do sistema EAD. Na esperança de ver, ao longo do tempo desde a data de minha postagem até o momento, alguma resposta ou vínculo de outro "blogueiro", deparei-me com o fato de não ter recebido nenhuma resposta. Ou seja, a interatividade foi nula entre os usuários, a não ser pela leitura das informações neste contidas.

Com a mesma linha de objetivos, participei do sítio "www.abmeseduca.com" através do artigo "EaD não é brincadeira" onde postei um comentário informando de minhas primeiras impressões como aluno de ensino à distância, observando novamente pela ótica do aluno (e não do professor), no qual, igualmente, não tive reações à minha publicação.

Nestas duas situações, compreendi que em sítios de caráter informativo, sem a associação de membros relacionados a propostas comuns, ou simplesmente pelo fato da existência de associados que tenham relacionamento social, presencial ou não, torna-se difícil a interatividade através de blogs.

Todavia, igualmente participei de "correntes" de blogs de colegas da IES onde leciono, que praticamente nasceu através de convites originados para a rede de emails dos professores desta instituição, no qual resultou extremamente positiva (sendo a precursora a Profª . Neste caso, tanto como forma de motivação para a interatividade, como forma de desenvolvimento da aprendizagem em seu aspecto absolutamente prático, os professores integrantes desta disciplina desenvolveram os seus "blogs" de acordo com o Desafio e aprofundaram a troca de postagens e experiências nos artigos publicados.

Para mim, foi uma excelente experiência! Durante todo este período foram praticamente 200 visitas ao meu blog, cinco publicações de artigo (incluindo este), quatorze seguidores, sete comentários (em diferentes artigos), uma pesquisa sobre a qualidade do ensino a distância em relação ao presencial e "uma nova ferramenta de trabalho que será totalmente direcionada para as atividades de ensino por mim aplicadas".

Nesta razão, concluo que, embora seja afirmativo o fato de que o sistema EAD (assim como os tradicionais) ainda necessita evoluir, principalmente em seus aspectos de inclusão tanto de caráter de acessibilidade como tecnológica, os recursos existentes em seu ferramental tecnológico e globalizado são altamente frutíferos para melhoria da qualidade da educação. Mas há de se salientar que tanto a qualidade do material e dos recursos oferecidos pelos cursos à distância quanto a dinâmica de comprometimento e interação do aluno são primários para estes resultados. Afinal, não há como determinar qualidade sem cursos à distância sem a compreensão do sistema e o envolvimento social (neste caso, virtual).

Nenhum comentário:

Postar um comentário